quinta-feira, 8 de julho de 2010

Planejamento Financeiro - Suas Finanças Pessoais, perspectivas para 2011 após a Copa

Planejamento Financeiro
Suas Finanças Pessoais, perspectivas para 2011 após a Copa

Victor Hohl* 07/07/2010
Como planejar sua vida financeira para o futuro próximo. Hoje vamos tratar dos possíveis cenários macroeconômicos que poderão afetar a vida financeira nos anos vindouros.

Inicio a escrever o artigo antes do jogo Brasil x Holanda, incerteza total, quem será o vencedor? Tenho em mãos o relatório de inflação de junho 2010, Volume 12 Número 2 e as notas para a imprensa do setor externo de 22.6.2010, da política monetária e operações de crédito do sistema financeiro de 23.6.2010 e da política fiscal de 29.6.2010, todos editados pelo Banco Central do Brasil.

Inicia-se o jogo. O Brasil marca o primeiro gol, euforia geral a semelhança da economia em 2010. Estimativa do crescimento do PIB, superior a 7 % a.a; desemprego em declínio, setor de construção civil a todo vapor, preços dos imóveis em disparada, reservas internacionais de US $ 250 bilhões, expansão do crédito atingindo 45 % do PIB, a nota do risco Brasil sendo elevado para BBB +, o real valorizado em relação a outras moedas fortes enfim tudo caminhando muito bem.
A Holanda marca seu primeiro gol, a tensão da torcida se eleva. Dunga coloca a mão na cabeça. Será que o sonho do hexa será enterrado?  Da mesma forma como o jogo se desenrola, vejo o cenário para a economia brasileira em 2011 e vindouros. Na política como no futebol incerteza geral. Quem será o presidente da república ou o técnico da seleção que conduzirão o destino do País ou do time rumo à Copa de 2014?

A Holanda marca seu 2˚ gol, para desespero da torcida brasileira.

Folhando os relatórios sobre a economia emitidos pelo BACEN, vejo nuvens negras se aproximando para os próximos anos na economia e que podem comprometer a vida financeira das famílias brasileiras.

As economias dos países desenvolvidos não conseguem mais contribuir para o crescimento mundial. Nos USA, pós crise do sub prime de 2007, verifica-se que a recuperação em vez de se assemelhar a um “V”, infelizmente se aproxima de um “W”, cuja última perna ainda esta bem distante de ser vislumbrada. A Europa, mergulhada na pior crise financeira em décadas, após os sinais sinistros emanados pela economia Grega levará muitos anos para se recuperar e a economia chinesa começa a dar sinais de esgotamento em sua fase de mega crescimento iniciando-se uma fase mais moderada.

O que se espera para o Brasil, e o que pode afetar suas finanças pessoais? É muito importante para elaborar um planejamento financeiro, prestar atenção aos cenários macroeconômicos.  Vamos lá, alem das incertezas políticas soma-se um esgotamento da capacidade de crescimento auto sustentado do PIB já no 1º semestre de 2010, por falta de investimentos e da capacidade produtiva de suprir a demanda crescente. Conseqüência inflação saindo do centro da meta de 4,5 % a.a., obrigando o Banco Central a pisar no freio da economia, elevando a taxa básica de juros (SELIC), por duas vezes em 0,75 pontos percentuais, subindo-a para 10,25 a.a. e não parando por ai, seguindo rumo aos 12 % a.a. sendo que a taxa esteve um dia em seu nível mais baixo histórico que foi de 8,75 % a.a.

As contas externas estão se deteriorando velozmente. O saldo na balança comercial em declínio (as importações estão crescendo mais do que as exportações). O déficit na conta de serviços de eleva a cada período, principalmente na conta turismo internacional. Como conseqüência o déficit em conta corrente pode chegar este ano a US $ 50 bilhões o maior desde o início do plano real há 16 anos. Apesar das elevadas reservas internacionais de US $ 250 bilhões, verifica-se a perda do valor, com a desvalorização do dólar frente às demais moedas.

O pujante crescimento da economia brasileira em 2010 deve-se principalmente aos estímulos fiscais, com a redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos e a expansão do volume e prazo do crédito a disposição dos consumidores de 27 % para 45 % do PIB nos últimos anos. Deve-se ressaltar que o problema, no caso do planejamento financeiro do brasileiro, não está no montante do crédito, que ainda é pequeno, se comparado com os demais países, mas na elevada taxa de juros cobrados nos empréstimos concedidos.

O crédito ao consumidor, com elevadas taxas de juros, principalmente o consignado e para aquisição de imóveis e automóveis contribuíram para o excessivo endividamento dos assalariados, comprometendo a renda futura da classe. Após o período do crédito farto, chegou a hora de pagar a conta pelas decisões financeiras antecipadas. Cerca de 80 % da classe média chegou ao limite de sua capacidade de endividamento financeiro, com o comprometimento da renda disponível para futuras aquisições. Ressalta-se ainda que com elevação da taxa Selic, fica cada vez mais difícil rolar a dívida, podendo-se prever a elevação do nível de inadimplência, atualmente ainda em declínio. Muitos vão ter dificuldade em saldar os compromissos financeiros assumidos com a aquisição dos automóveis e imóveis comprados com prazos, a perder de vista, pelo regime de “alienação fiduciária”. Este fato, portanto, permite-nos prever a queda do preço de imóveis e automóveis usados em um futuro próximo.

Na política fiscal, o governo foi bastante generoso, concedendo aumento ao funcionalismo público e aos aposentados, não que eles não mereçam, mas o orçamento não suporta, resultando na redução do superávit primário tão necessário para contribuir com a redução do endividamento público. O déficit nominal (quando se agrega os elevados juros pagos para rolar a dívida mobiliária, fora do Banco Central que já se aproxima de R$ 1 trilhão e 500 bilhões, ou seja, 44,1 % do PIB) se eleva diariamente. Mais uma vez, a questão aqui não é o montante do endividamento público brasileiro, que ainda é pequeno se comparado com outros países, mas o seu elevado custo de rolagem, que se aproxima dos R$ 200 bilhões ao ano se a taxa básica Selic for elevada para 12 % a.a.

O preço das ações cotadas em bolsa de valores, após a elevada valorização compreendida entre meados de 2002 e maio de 2008, quando o índice Bovespa atingiu seu nível máximo de 73.516 pontos (valorização de 819 % nestes 6 anos, ou seja, uma valorização média de 44 % anuais) dificilmente poderá se repetir no futuro.  Após ter atingido o topo em maio de 2008 houve uma acentuada queda no preço das ações, por ocasião da crise imobiliária americana, e o índice Bovespa retornou ao nível de 30.000 pontos em outubro do mesmo ano. As perdas foram quase totalmente recuperadas quando em janeiro de 2010 o índice retornou ao nível de 70.000 pontos. No período compreendido entre agosto de 2009 e atualmente, o índice oscila com grande volatilidade entre os 60.000 e 70.000 pontos. No mercado acionário, este comportamento, é definido pelos analistas como um período de indefinição na tendência futura dos preços (o mercado esta andando de lado no jargão do mercado). Alguns analistas técnicos (grafistas) são de opinião que a partir de agora se deve seguir um novo período de baixa no preço das ações.

O jogo termina em 2 a 1 para Holanda. O sonho acabou. Retornamos a realidade do dia a dia. Apesar do cenário sombrio descrito acima, no caso brasileiro temos boas notícias. O Brasil comparativamente as demais nações do mundo desenvolvido está relativamente bem financeiramente. Nossa moeda, o real, é uma da mais valorizadas. A nosso taxa de crescimento do PIB apesar de declinar nos próximos anos, ainda será mais elevada, se comparada com os demais países. O Brasil vai atrair muitos investimentos no setor de exploração de petróleo e minerais, na agricultura, em infra-estrutura visando preparar o país para a Copa de 2014 e as olimpíadas de 2016. Estes investimentos vão gerar muitos empregos na construção civil na agricultura e consequentemente na indústria de materiais de construção e insumos agrícolas.   

*Victor Hohl é Contabilista e Economista, Analista de Valores Mobiliários, Professor da Faculdade Michelangelo, Conselheiro da CORECON/DF, Orientador do INI, Escritor de livros infantis de Educação Financeira e integra a Equipe da empresa Economia Comportamental.


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Vitor Hohl




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