A Falta de Planejamento Financeiro pode levar a GERAÇÃO Y para a GERAÇÃO I, de INADIMPLENTES
Rogério Nakata 02/06/2010
Antigamente falar de dinheiro era assunto proibido em muitas conversas de família onde os mais velhos diziam que isso era coisa “para gente grande”. Atualmente não falar sobre o assunto planejamento financeiro com os mais jovens pode causar sérios problemas financeiros familiares com aqueles que se quer começaram a trabalhar. Mimos, presentes caros, roupas da moda, equipamentos eletrônicos de ultima geração, dinheiro para baladas acabam sendo uma forma de muitos pais compensarem a falta de atenção e de tempo para cuidar dos filhos. Falar a respeito de dinheiro e de orientação sobre um tipo de educação que ainda não é ensinada nas escolas, mas, que é uma das matérias mais importantes da vida e que deveria ser ensinada desde a infância é a Educação Financeira que infelizmente também não faz parte do currículo da maioria dos pais.
O modelo tradicional de família mudou bastante nos últimos anos e assim muitos pais passam menos tempo em casa e não detém aquelas horas necessárias para a construção de um relacionamento educativo e maduro com os filhos. Com isso, dizer "não" à "geração Y" passou a ser cada vez mais difícil e impor limites aos filhos para o consumo desenfreado transformou-se num outro grande desafio na vida dessas famílias. Para se ter uma idéia a falta de planejamento financeiro e o consumo compulsivo chamado de Oneomania que é considerado pela OMS – Organização Mundial da Saúde uma doença que afeta 5% da população no mundo e somente no Brasil 3%, onde dentre os maiores compulsivos estão as mulheres, os aficionados por informática e os jovens.
Falar sobre dinheiro deveria ser iniciado desde o momento em que a criança já começa a fazer seus primeiros pedidos do tipo “Papai compra isso, mamãe compra aquilo...”, lógico que não é dar uma aula de juros compostos, mas ensinar valores como desde não jogar papel na rua, noções mínimas de economia doméstica e sustentabilidade fazem parte da Educação Financeira desta que se tornará um jovem mais consciente e mais preparado para lidar com os desafios de sua vida financeira.
Segundo pesquisas recentes o número de devedores com até 20 anos dobrou em apenas um ano onde 16% dos jovens entre 14 e 17 anos já possuem cartão de crédito e entre os de 17 e 21 anos essa proporção salta para 49%. O uso de celular por mais jovens também vem aumentando astronomicamente e a pergunta que fica no ar é a seguinte: Será que uma criança de 6 anos precisa desse tipo de comunicação móvel com essa idade? Muitos pais acham que sim e com o mau exemplo por também estarem endividados acabam repassando essa triste herança a seus filhos.
Uma recomendação aos pais e aos jovens é definir prioridades em família e construir um projeto juntos apresentando a eles as possibilidades e impossibilidades em função da renda familiar. Ensinar-lhes valores como cuidar e zelar por aquilo que se ganha talvez seja mais importantes do que dar-lhes de presente um novo aparelho celular. Não é porque todos têm que talvez você precise ter, mas, muitos jovens não se contentam e acabam com a síndrome do Status Pelatus que é nada mais que “Comprar coisas que ela não precisa com o dinheiro que não tem para impressionar as pessoas que ela não gosta”, portanto todo cuidado é pouco, pois ela pode estar adquirindo um padrão de vida que não caiba no bolso dela ou de sua família e no caso se essa aventura for feita no cartão de crédito isso pode sair bem caro como algo em torno de 10,7% a.m. ou 240% a.a. Isso significa que, se esse compromisso não for honrado na integra essa dívida pode dobrar em apenas 7 meses, portanto com o crédito fácil e farto essa possibilidade de inadimplência não pode ser desprezada.
Diante disso, as instituições financeiras tentam orientar seus clientes a utilizarem o crédito de forma consciente, mas na prática basta esquecer a identidade em um banco que a mesma é devolvida com uma conta aberta e um cartão de crédito novinho e pronto para ser desbloqueado e utilizado.
Por isso fazer um planejamento financeiro adequado através de um profissional independente pode auxiliar as famílias a ensinar os mais jovens a cuidar melhor do dinheiro e dar o exemplo também é fundamental para que não comecem a sua vida financeira com a cultura de que só fazendo dívida é que uma pessoa cresce sendo que com essa atitude podem em pouco tempo se sentirem como um carro atolado na lama onde quanto mais se acelera mais se afunda, pois muitos por falta de orientação em sua adolescência acabam gastando exatamente aquilo que não têm.
Pais e mães pensem sobre isso e ajam acerca disso!
“Mais importante que deixarmos um mundo melhor para nossos filhos e deixarmos filhos melhores para nosso mundo”
*Rogério Nakata é Planejador Financeiro Pessoal e Familiar, Analista Independente de Necessidades e Soluções Financeiras, Consultor Financeiro e Palestrante de Grandes Organizações.
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Planejador Financeiro Pessoal e Familiar
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