terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aquisição do Automóvel - Patrimônio ou Bem de Consumo?

Planejamento Financeiro
Aquisição do Automóvel - Patrimônio ou Bem de Consumo?
Rogério Nakata* - 21/08/2010

Não é a toa que o brasileiro é apaixonado por carro e a prova disso é que somos o 5º maior mercado automobilístico do mundo e só para ter uma idéia do apetite voraz em adquirir seu primeiro automóvel cerca de 56% da frota nas ruas é financiada. Com a redução das taxas de juros de 37% em 2008 para 25% em 2010 e o aumento do prazo de 36 para 84 parcelas o automóvel tornou-se mais acessível para cerca de 16% da população brasileira segundo o site Infomoney de 14/04/2010. E para antecipar o sonho, sem o devido planejamento financeiro, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) ou o consórcio foram as alternativas utilizadas em aproximadamente 40% dos casos.

O que muitos se esquecem é de que na hora de comprar um carro só o combustível não é o suficiente para fazê-lo se deslocar. É preciso pensar em outras despesas que só são percebidas, em muitos casos, ao adquirir o bem como por exemplo: o Seguro Anual, o Seguro Obrigatório, os impostos como o IPVA, Inspeção Veicular, multas de trânsito, pedágios, estacionamentos avulsos ou mensais, manutenções, sem dizer a depreciação do automóvel e outro item que nunca é levado em consideração que é o Custo de Oportunidade.

A depreciação todos nós já sabemos que é a desvalorização do bem ao longo do tempo, ou seja, ao tirar seu carro da concessionária dificilmente você conseguirá vendê-lo pelo mesmo preço a um terceiro mesmo que isso seja feito no mesmo dia ou poucas horas após sua compra.

No caso do Custo de Oportunidade este seria o custo dado pelo uso alternativo do dinheiro, ou seja, ao invés de deixar o dinheiro aplicado em uma caderneta de poupança, por exemplo, cujos juros são de aproximadamente 0,5% ao mês (0,5% + TR) você optou em comprar o automóvel e deixou de receber juros sobre sua aplicação significando que não receberá ais os dividendos provenientes do dinheiro que trabalhava para você.
Para entender melhor o que significa esses dois itens acima veja os quadros abaixo: 


Veículos
 Novo
Após 1 ano
Após 2 anos
Após 3 anos
Chevrolet Celta 1.0 4p
25.590
21.342,0 (-16,6%)
20.241,70 (-20,9%)
19.525,17 (-23,7%)
Volkswagen Gol 1.6 4p
31.060
   26.711,6 (-14%)
24.195,74 (-22,1%)
21,182,92 ( 31,8%)
Fiat Pálio Weekend 1.8
44.900
37.581,3 (-16,3%)
33.091,30(-26,3%)
30262,60(-32,6%)
Ford Focus 2.0
63.850
50.058,40(-21,6%)
42.077,15 (-34,1%)
37479,95 (-41,3%)
Toyota Corolla Xei 1.8
60.791
49.301,50(-18,9%)
43.283,19 (-28,8%)
40.973,13 (-32,6%)

Fonte: Bolsa Jornal do Carro


Apesar dos percentuais acima mencionados o consenso por parte dos especialistas é de que o carro sofre uma maior desvalorização no primeiro ano, entre 15% e 30%, e se reduz gradualmente, estabilizando a partir do 4º ano em 10%. No entanto, outros fatores devem ser levados em consideração na hora da venda além da depreciação como a kilometragem, o estado do veículo, se é único dono, se é um carro de passeio ou serviço e até a cor do carro pode influenciar no momento da revenda.  

A troca por veículos numa concessionária da própria marca pode ser uma alternativa para não perder mais dinheiro.

Vejamos o gasto médio de um carro, com apenas 1 ano de uso no valor de R$29.000,00:

Despesas
Mensal (R$)
Anual (R$)
Seguro Anual (5% ao ano)
120,83
1.450
IPVA (4% ao ano)
96,67
1.160
Estacionamento
40,00
480
Manutenção
125
1.500
Depreciação Prevista (10% ao ano)
241,67
2.900
Custo de oportunidade (6% ao ano)
145*
1.740
Multas e eventualidades
Podem ou não ocorrerem
Podem ou não ocorrerem
Total
769,17
9.230,00

Portanto, faça seu planejamento financeiro, avalie bem o seu orçamento e veja se essa é a hora de adquirir esse bem de consumo que pode representar uma considerável parcela de sua renda (quase R$800 por mês), ou seja, como costumamos dizer ele acaba sendo uma família que despende cuidados e gastos mensais. Caso more próximo a estações de metrô ou ônibus prefira o transporte público pois, além de economizar você fará exercício ao caminhar e porque não acrescentar transportes alternativos como a bicicleta ou uma carona com um amigo dando sua valorosa contribuição para o seu bolso e para o meio ambiente.

*Rogério Nakata é Planejador Financeiro Pessoal e Familiar, Analista Independente de Necessidades e Soluções Financeiras, Consultor Financeiro e Palestrante de Grandes Organizações.



Atenção

Para divulgar este artigo mencione a autoria da seguinte forma:

Planejador Financeiro Rogério Nakata





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