Sinais de descontrole financeiro se tornam mais evidentes devido à falta de planejamento financeiro
A taxa média de juros para ao consumidor atingiu 6,85% ao mês, maior taxa desde junho de 2010 segundo ANEFAC. Isso representa um sinal de alerta para os consumidores que buscam crédito para a realização de suas compras na aquisição de bens de consumo ou para pagamentos de dívidas, mostrando uma constante que será cada vez mais frequentes em função da possibilidade de novos aumentos na Taxa Selic que pode chegar esse ano, segundo o Banco Central a 12,25%.
Porém, o que se percebe não é bem isso por parte da grande maioria dos brasileiros, que prefere continuar fazendo dívidas, mesmo com o crédito mais caro ao invés de planejar-se para comprar a vista. Ainda é triste ouvirmos as pessoas se valerem da máxima que diz que: “Só cresce na vida quem faz dívidas” e assim, com esse pensamento que nos remete a década de 80, aonde a inflação chegava a 300% ao ano, que muitas famílias acabam enfrentando sérios problemas de endividamento. No Brasil, 68% das famílias brasileiras gastam mais do que ganham e mesmo diante desse fato muitos se arriscam a tomar mais crédito e ainda resistem a um bom, velho e saudável planejamento financeiro. Consequência disso pagam mais caro por aquilo que poderia ser adquirido por um preço mais barato e não tem sequer R$50,00 de reserva para o caso de uma emergência.
Diante disso, vamos apresentar na tabela abaixo alguns números interessantes do valor que uma pequena dívida de R$ 1.000,00 pode se transformar ao longo de cinco anos:
Valor da Dívida (R$) | Juros Cartão de Crédito | Tempo (anos) | Valor atualizado (R$) |
1.000,00 | 10,69% | 1 | 3.382,99 |
1.000,00 | 10,69% | 3 | 38.717,02 |
1.000,00 | 10,69% | 5 | 443.101,53 |
Mesmo com os números acima, comprar a prazo sem fazer as contas de quanto isso será ao final desse parcelamento e suas consequências, caso não seja honrado o compromisso financeiro assumido, pode fazer com que a pessoa leve até sete anos para sair dessa situação de endividamento.
O planejamento financeiro serve não só como uma ferramenta para lhe ajudar na organização de sua vida financeira, mas também é peça de decisão na hora de você realizar coisas importantes como a construção de sua aposentadoria, a aquisição de um imóvel, na preparação da viagem dos sonhos, faculdade dos filhos ou em seu planejamento sucessório. Portanto não deixe para pensar em por o pé no freio quando o sinal estiver vermelho, mas é prudente ter em mente que o amarelo também é um sinal de atenção e que também precisa ser respeitado para que não cause em seu percurso um grave desastre financeiro.
*Rogério Nakata é Planejador Financeiro Pessoal e Familiar, Analista Independente de Necessidades e Soluções Financeiras, Consultor Financeiro, Certificado CFP® e Palestrante de Grandes Organizações
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